quarta-feira, 4 de junho de 2014

Shy guy e a Maid formosa

Ainda me recordo da primeira vez que a vi.
Tinha eu saído com os rapazes para beber uns copos e tentar esquecer a minha maldita ex, a vaca tinha-me traído com o meu querido primo, quando a vi. O seu cabelo negro como a noite, caia sobre os seus esbeltos ombros como uma bela cascata. Os seus olhos pareciam duas belas esmeraldas a brilhar à luz do luar e a sua bela pele dourada, fazia esquecer os quilos que tinha a menos.
Ela era uma maravilha para os meus olhos e uma alegria para o meu pobre coração, que parecia ter sido ressuscitado após ter sido atropelado pelo camião que era aquela tão amarga traição que falei à pouco.
A cada passo que ela dava na minha direcção, mais se apertava a minha garganta por causa do ritmo cardíaco que o meu coração recém reanimado orquestrava no meu peito.
Com sorriso que fez parar o mundo à minha volta ela perguntou o que queríamos, e eu subtil como sou, levantei-me sem fazer o pedido e dirigi-me para os lavabos, deixando os meus queridos amigos com a oportunidade única de me pedirem tudo, menos o que eu queria.
Quando voltei para a mesa em vez de uma cola fresca com duas pedras de gelo, encontrei um whisky e os meus amigos com 5 cervejas no sistema e aquela mulher maravilhosa tinha desaparecido como se fosse uma miragem.
Levantei-me para pagar o que acabei por não tomar e conduzi os meus amigos para o conforto das suas queridas camas.
Durante meses me arrependi de ter fugido daquela maneira, e durante meses parecia que isso era o que o destino tinha guardado para mim, isto é até à coisa de três mês quando dei de caras com ela no casamento da minha tia Celeste.
Nessa noite depois de um choque surpresa lá começamos a falar. E no meio de risos e palavreado, lá ganhei coragem de lhe pedir o número.
Durante um tempo passamos todos os minutos de cada hora, de cada dia ao telemóvel quer a falar, quer a trocar mensagens, até que ganhei a coragem de a convidar para sair.
Nessa noite vimos um filme, trocamos pipocas e jantamos num restaurante italiano. Quando a levava a casa agarrei-a na sua cintura e roubei-lhe um doce e longo beijo, o mundo começou a andar em câmara lenta num momento que eu desejava que nunca mais acabasse, mas quando acabou ela desviou o olhar com timidez. Eu pedi desculpa, pois achei que fiz merda, ela tocou-me nos lábios com o seu dedo indicador para silenciar-me antes de me retomar o favor de me roubar um beijo!
O amanhã eu posso não saber como será, mas enquanto ela estiver do meu lado, eu nunca mais me importarei do destino funcionar desta forma tão estranha!

terça-feira, 23 de julho de 2013

Se estiveres a ler isto...

A casa estava rodeada por um silencio desconfortante, como se não tivesse ninguém em casa.
Mas alguém está cá pois os sapatos do meu filho estão na entrada, se bem que estão colocados de um modo um pouco estranho. Não estão colocados ao Deus dará, como é habitual, mas sim bem arrumadinhos num canto ao lado dos meus chinelos e do pai dele.
Eu chamo a voz dele, mas ninguém responde. Será que ele tem aquela merda de fones nos ouvidos e não me consegue ouvir?
Eu pouso a minha mala na mesa da cozinha procurando o meu telemóvel pois tenho uma importante chamada para fazer, quando reparo numa folha de papel que dizia o seguinte:

A vida é como um combate de boxe, enquanto temos alguém no nosso canto a apoiarnos e a darnos força, nos continuamos a levantar e a dar luta... Mas no meu canto não tenho ninguém...
Os meus pais suponhem que tou bem, ignorame quando tento falar com eles. Os meus amigos? Eu n tenho disso, na minha turma todos se metem comigo, passo os almoços sozinho, nas aulas os prof é k tem de me meter no grupo, pk ninguem me quer. Miúda? Sim eu gosto de uma gaja e ela ate aceitou sair comigo, mas era uma armadilha para fazerem mais pouco de mim, o pior e k ela e k se riu mais da minha cara, pois bem ja chega.
N quero tar sempre so, n aguento mais esta merda, se isto e tar vivo prefiro morrer!
Pai, mãe, prendas e dinheiro n é tudo, carinho e atenção tambem sao necessarios.
Ursos, felicidades pra voces ganharam, ficam com mais uma razao pra se rirem da minha cara.
Paula es uma vaca, mais nada.
Adeus e ate sempre

Ao ler estas palavras eu comecei a chorar, procurei em todas as divisões da casa em quando gritava desesperada pelo seus nome até que cheguei ao quarto de banho dele e encontrei o seu corpo gelado e imóvel, comprimidos espalhados pelo chão. Eu segurei o meu filho nos meus braços, abanei-o várias vezes gritando e chorando, mas não valia de nada.
O meu filho tinha partido e eu, agora podia fazer nada para alterar isso.

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Conta-me a histoinha da mana Papá...

Um pai senta-se ao lado da sua filha e começa a aconchega-la antes de lhe dar um beijo de boa noite. Ele desliga a luz e começa a fechar a porta, quando a menina lhe fala com a voz mais doce que possas imaginar.
-Papá, conta-me uma histoinha, popavor.
O pai olha para ela com grande ternura e pergunta-lhe a medida que um pequeno sorriso se desenha na sua face
-E que história é que queres que o papá te conte minha flor?
Ela começa a olhar para o tecto, pensando em que história é que queria que o pai contasse desta, lembrando-se que aquela era a história perfeita para o pai lhe contar naquela noite, e então com um sorrisinho malandro ela olha para o pai e diz: Conta a histoinha da mana, popavor!
-Tens mesmo a certeza que queres ouvir essa história?- disse o pai- Eu posso sempre contar a história do gato Tobias!?
-Não,- teimou ela, com ar decidido- eu quero ouvir a histoinha da mana
O pai suspirou e começou a abanar a cabeça em sinal de derrota. Ele odiava contar aquela história, por causa de toda a dor que ela lhe trazia. Mas ela, por algum motivo adorava aquela história. E como ele odiava desiludir a sua pequena, ainda mais que a dor dessa história, lá começou a narrar.
-Muito bem meu piolho eléctrico- disse ele enquanto ela dava risadas- Tudo começou quando o pai andava no 12º ano e começou a namorar uma rapariga...
-Ela era bonita? - interrompeu a criança
-Sim, muito bonita - retomou o pai- mas, não tão bonita como a mamã.
E quando disse isto começa-se a rir, um riso seco e triste antes de retomar a narração.
-Essa rapariga foi muito especial para o pai. Ela e o papá gostavam muito um do outro, e por isso um dia um anjinho veio nos dizer...
-Que por serem muito bonzinhos iam ter a mana- interrompeu a menina
-Disse que iamos ter a tua maninha. A namorada do papá ficou muito confusa, porque ela não estava preparada para ser mamã e mesmo a mãe dela rezando para que ela não tivesse a tua mana, o pai disse...
-Nos vamos ter a mana- disse a menina enquanto se ria
-Sim, a namorada ficou muito feliz, por o papá ficar do lado dela. Mas o problema...
-Foram os meninos maus que começaram a chamar nomes à namorada e tentaram sepaar o pai e a moada- interrompeu a menina outra vez.
O pai olhou para ela com um ar severo e um sorriso traquina e perguntou-lhe enquanto desalinhava os seus cabelinhos ruivos encaracolados- Tu queres mesmo que eu conte a história?
-Sim, gritou a menina
-Shhhhhhhiu, não queres acordar a mamã pois não?- perguntou o pai, ao que ela respondeu com um aceno negativo- Então vamos fazer pouco barulho por causa da mamã está bem?
-Tá bem.
-E não interrompes mais o pai?
-Não, pometo papá.
-Linda menina, onde é que eu ia? Ah pois, os meninos maus. Eles tentaram e tentaram, mas nada conseguiram. Mas os meninos maus conheciam a mãe da namorada, que ao contrário da vovó e do vovô, não queria uma netinha. E por isso, quando ouvi o que os meninos diziam, ela rezou mais e mais, para tentar impedir que a mana nascesse.
Ela largou um suspiro enquanto se agarrava aos lençóis, o pai esfregou carinhosamente o seu bracinho esquerdo antes de continuar: -Ela rezou e até chegou a ameaçar o pai para a deixar, pois se o pai a deixa-se o anjo vinha e levava o bebé, mas o papá mostrou-lhe que gostava da namorada e ela deixou de rezar. E em vez de rezar começou a preparar, contra a vontade, a chegada da neta dela.
O tempo foi passando e o dia da mana chegar aproximou-se, mas a namorada chateou-se com o papá um mês antes do bebé chegar e foi-se embora, nunca mais voltando. Com a partida da namorada o anjo ficou chateado e disse ao papá que por o amor não prevalecer a mana iria para outro casal que se gostasse muito- ele faz uma curta pausa para conter as lágrimas que queriam começar a cair e com um sorriso forçado deu outro beijo na testa da menina- boa noite meu anjo, sonhos cor-de-rosa.
-Boa noite papá- disse a menina enquanto ele desligava mais uma vez a luz e fechava a porta.
A verdade é que a mãe da namorada queria que ela abortasse, os amigos deles chamavam-nos nomes pelo deslize que tiveram. E no oitavo mês de gestação a namorada dele fora atropelada por um camião, os médicos tentaram salvar a vida da criança. Mas nenhuma das duas sobrevivera.
E a sua filha ficara obcecada com a ideia da mana quando ouvira os pais a discutir no dia do aniversário da morte da irmã dela.

terça-feira, 2 de julho de 2013

Os demónios do velho louco

Numa pequena aldeia isolada no interior vivia um velho chamado de louco. Ele vivia sozinho numa pequena casa de um só quarto, de dia e de noite a sua companhia era o pequeno radio a pilhas que um parente, cuja cara ele esquecera lhe havia oferecida à muitos, muitos anos.
Mas nem sempre o louco vivera naquele aldeia, para dizer a verdade só nos seus 24 anos é que ele se mudara para lá... O que aconteceu aquele idoso?
Tudo começou no dia do seu 23º aniversário, o louco, que até então era conhecido como Herodes decidiu mudar-se para a casa da sua namorada Diana. Herodes e Diana namoravam à quase 5 anos e para muitos eram o casal mais bonito da academia. Tudo neles parecia perfeito, tudo desde a sua beleza exterior ao enorme intelecto que ambos detinham, tudo neles parecia fácil, mas tudo ia mudar.
Num trágico dia de inverno a mãe de Diana, a única família que lhe restava, morre e com ela vai a facilidade que Deus, nosso senhor, lhes havia abençoado...
Diana entrou em depressão, com a depressão veio um pensamento, o de deixar tudo e com esse pensamento vieram as acções. Todos os dias ela intentava por um fim ao que ela tinha de mais precioso e todos os dias Herodes adiava aquela vontade crescente que lhe percorria as veias, para que logo após, o que ele achava ser um heróico salvamento, vinham os insultos... ele não aguentava mais, apesar das suas tentativas de auxilio ela empurrava-o para um canto obscuro.
Ele chegou a um ponto em que a sua sanidade mental não aguentava mais, ele fez as malas e fez-se à estrada, voltava para a casa dos pais, lugar que ele começava a achar que nunca deveria ter abandonado... Ele arrependesse de ter partido até hoje, pois uns míseros dois dias depois ela atirou-se da varanda, mas antes de se atirar ela deixou uma carta para ele dirigida.

Hoje esperei o regresso do meu cavaleiro encantado, para me salvar dos meus pesadelos. Esperei o cavaleiro que me salva sempre que estou em sarilhos, mesmo que não o queira.
Eu esperei-te amor, mas tu não apreces-te, e tenho medo que se tu não apareceres amanhã eu leve a cabo o pensamento mau que me envenena.
Se não voltares aceite isto como a minha despedida, eu não vou porque te odeio, eu vou porque o meu lado frágil não aguentou mais.
Amo-te muito,
Diana

Ao ler estas palavras Herodes decidiu fugir para onde ninguém o conhece-se, para viver em penitencia.
Ele fugiu de tudo e de todos, porque não se conseguia perdoar pela morte dela.
Ele sentia as suas mãos cobertas com o sangue dela, mas o que ele não se apercebia é que ele não tinha culpa do sucedido, pois ele fez tudo o que estava ao seu alcance, e apesar de aquelas palavras bonitas ela ia acabar por "ganhar" e a sua vida desperdiçar.

Pobre velho louco, que descanses em paz...

segunda-feira, 29 de abril de 2013

A primeira... é de vez

Luísa, mais conhecida como a santinha por causa do seu famoso pacto de castidade, era uma enorme romântica e como tal, acreditava ser capaz de mudar o maior playboy da sua escola... o Fábio.
Fábio era um engatam de primeira, todas as raparigas mais atraentes e difíceis das redondezas dançavam o baile dos cisnes nas suas malditas e repugnantes mãos, pois para ele as mulheres eram objectos, objectos que depois de usados deixavam de ter valor e a Luísa era o seu novo brinquedo, ele queria apoderar-se dela, fazer-la esquecer o seu compromisso...ele queria possuir-la.
A inicio foi complicado, pois ela sabia bem com quem lidava, mas com as suas falinhas mansas ele descobriu o seu defeito e adoptando uma perspectiva de que com a mulher certa ele alteraria os seus velhos modos ele conseguiu convencer-la a entregar-se inteiramente a ele, tudo isto em apenas 2 meses.
Pobre Luísa... ela suportou a dor das primeiras penetrações mordendo o seu lábio inferior e lentamente, ela foi habituando à dor e esta começou a dar lugar ao prazer e por causa do prazer ela cometeu um erro terrível, um erro que ela se arrependeria a teu ao fim dos seus dias. A Luísa deixou a fazer-lo sem preservativo.
Uma vez foi tudo o que foi necessário, uma vez foi o suficiente para ela ver o verdadeiro lado do seu namorado, pois com esta sangrenta primeira vez ela engravidou, Fábio disse que era impossível ele ser o pai da sua criança, espalhou rumores de que ela era uma galdéria e arruinou a sua reputação.
Os pais dela expulsaram-na de casa, ela ficou sem onde ir, com uma criança no ventre que ela sabia que não conseguiria criar. Por isso, ela cruzou a fronteira e foi para uma clínica  e abortou o seu filho, a culpa de ter matado o seu filho apoderou-se dela e por isso entrou a depressão.
Para não andar na miséria ela foi para a vida, assim ganhava o suficiente para ter um tecto onde dormir e um prato para comer, mas isso não ajudava a sua cabeça. Na sua mente ela via como seria tudo se ela nunca tivesse ido para a cama com aquele canalha e jurou que se o visse mais uma vez o mataria e depois se matava a si própria. No dia seguinte, comprou uma navalha que passou a usar na sua mala e por ironia do destino o seu primeiro cliente foi aquele filho da mãe, um filho da mãe que nem sequer a reconhecia.
Ele levou-a para um motel rasca e consumou-a uma segunda vez adormecendo em seguida, aproveitando que este se encontrava a dormir esta escreveu uma nota de suicídio onde contava o seu lado da história, logo a seguir cortou-lhe a garganta e enforcou-se no lavabo do quarto.
Nessa nota Luísa pedia desculpa aos pais e ao filho que havia matado, o filho que não tinha culpa nenhuma do que se havia passado...

domingo, 21 de abril de 2013

Vomito nos Leões

Era uma fria e húmida noite de outono e para tirar a cabeça dos tratamentos e exames que estava a fazer decidi ir com o meu primo ao piolho. O meu primo foi ter com os seus amigos e como sempre, fez questão de me fazer o menos à vontade possível para fazer a amabilidade de o deixar em paz, o que fiz de bom grado.
Entrei num dos bares, pedi uma Coca-cola, não tinham o Guaraná Antartica que eu tão aprecio, e sentei-me num dos bancos de pedra naquele jardim que por trás da reitoria da UP e fiquei lá a olhar para o céu estrelado deixando a minha mente voar livremente, interrompendo de vez em quando para olhar para o Timex que me tinha sido oferecido no dia do meu 15º aniversário. Para muitos isto poderia ser a definição de uma noite aborrecida, mas acreditem quando vos digo que era mil vezes melhor que aturar o meu primo e seus amigos.
Estava eu a ponderar na mítica discussão online "Quem é o mais forte, Goku ou o Superman?"quando três rapazes e uma rapariga vieram para o meu banco, podres de bêbados, falar sobre sei lá o quê, que foi feito por sei lá quem em tal sitio num dia que não me interessa. Eu voltei a olhar para o céu estrelado desejando que eles não reparassem em mim, e subsequentemente, não me chateassem. Como eu estava enganado.
A rapariga que era quem aparentava ser a mais sóbria do grupo vomita em cima de mim e como que por magia eu deixo de ser invisível , o que a deixou extremamente atrapalhada. Eu, vermelho que nem um tição, tentei fugir o mais depressa possível, mas ela puxou pelo carapuço do meu camisolão e arrastou-me até à sua casa que não ficava muito longe dali.
Na casa dela, levou-me para o seu quarto, tirou o meu camisolão e levou o para lavar, pediu-me mil perdões e como eu só queria ir para a Foz e meter-me num buraco bem fundo eu disse-lhe que depois me dava. Fugi a 7 pés, apanhei o 1M das 2 e foi para a Foz, para a casa dos meus tios. Entrei sorrateiramente e dormi até às 6 para ir para a Batalha, apanhar o autocarro para a Feira.

Eu pensava que a aventura ficava aqui, disse adeus ao camisolão e a rapariga da Bebedeira. Mas durante uma aula de Inglês, enquanto esperava um telefonema da minha mãe para ver se o meu avô estava bem, liga-me um número desconhecido, que por surpresa era a miúda que ficara com o meu camisolão.
Ela pediu-me mais mil perdões e disse para ir ter onde a conhecera, eu concordei e marquei com ela na próxima semana. Ela chateou-me o tempo todo com mensagens até à data marcada, quando me encontrei com ela no mesmo local onde havia acontecido aquela nojeira. Foi então que eu reparei como ela era bela. O seu cabelo era longo e platinado, os seus olhos verdes como esmeraldas, a pele morena e tinha um piercing na sobrancelha esquerda. Vestia umas calças de ganga e um top negro com uma caveira, e nos braços, como uma toalha, estava o meu camisolão.
Eu corei ligeiramente e peguei o meu camisolão, falei com ela um bocado e decidimos ir ver um filme ao Dolce Vita do Dragão. Não me recordo qual era o filme, e cobre o que é que se tratava só me recordo que no final lhe pedi para ser minha namorada. Ela aceitou, foi o primeiro de muitos dias felizes.
Era dia 23 de Abril, dia de S.Jorge, o dia em que eu, minha querida Joanita, conhecia a tua mãezita.

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Contos de um casal estável

Era uma chuvosa noite de sexta e para combater um pouco a depressão que sentia pelo rompimento do noivado com a minha ex. decidi aceitar o convite dos meus amigos para ir ao cinema ver o novo filme de Quentin Tarantino... e ainda bem que o fiz.
Estávamos na fila da bilheteira no cinema UCI no Arrábida quando eu a vi o seu longo cabelo platinado parecia baloiçar em câmara lenta sempre que mexia a cabeça, as gargalhadas que ela lançava de vez em quando tinham uma musicalidade tremenda, e os seus belos olhos verdes, como duas esmeraldas brilhantes pareciam hipnonitizar-me.
Eu fiquei a pensar naquela bela desde que comprei o bilhete até me sentar na sala com o meu grande balde de pipocas e a minha coca-cola, foi então que ouvi aquela bela voz dirigir-se a mim.
- Vais conseguir comer isso tudo sozinho?
Eu quase me engasguei e acabei por cuspir tudo o que tinha na boca enquanto tossia, antes de responder:
-Desculpa, não eu nem consigo acabar um dos médios... Mas se quiseres podes...hmm...ajudar-me?
Ela sorriu e roubou-me uma pipoca dizendo: -Desde que não cuspas tudo outra vez- e piscou-me o olho.
Se não tivesse visto à cerca de uma semana esse filme num canal de televisão eu nunca saberia do que se tratava, pois nessa noite eu consegui esquecer-me da não sei quem que me deixou por causa do não sei quantos num dia que não tem importância, pois eu olhava para o meu lado e via uma rapariga linda que por mais estranho que pareça, aparentava gostar de um cromo... como eu.
Depois de uma curta troca de palavras eu ganhei coragem para pedir para ela sair comigo, trocamos contactos e marcamos uma data.
Esse encontro foi no dia de S. Jorge e fomos passear pela rua Sta. Catarina andamos a ver as lojas e a conversar até que chegamos a uma velha que vendia rosas, eu parei lá comprei a mais vermelha e disse-lhe bastante vermelho:
-Feliç diada de Saint Jordi.
Ela corou e respondeu com um tímido: Gràcies!- espantando-me por completo pois eu não sabia que ela falava a minha língua materna, mas as surpresas não ficaram aqui., pois ela tirou um livro da sua mala e disse- eu queria oferecer-te isto, mas pensava que não irias perceber o significado, por isso não ia fazer nada.
Eu beijei-a e pedi para ser minha namorada.
Dito isto o tempo foi passando e por cada 3 coisas que aprendia ela, ela aprendi 7 ou 8 e a medida que eu ia descobrindo mais e mais sobre ela eu mais notava que éramos como água e vinho, mas isso não era mau, pois eram estas nossas diferenças que nos adorávamos e foi por isso mesmo que decidimos dar o nó.
O Casamento foi numa quente tarde de verão e estavam presentes todos os parentes, desde o mais novo dos primos até ao tio-avó Guilherme de 97 anos, foi uma grande festa e o primeiro dos muitos dias felizes que eu nunca esquecerei.

Mas uma coisa eu confesso até este dia eu não intendo, porquê que ela escolheu este tótó.